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Estudo do INEGI alerta para a exposição de recém-nascidos à poluição do ar interior

12 outubro 2020
Uma equipa de investigadores do INEGI avaliou as condições ambientais às quais as crianças estão expostas em início de vida, no interior de várias habitações do distrito do Porto, e concluiu que há presença de poluentes que, em caso de exposição continuada, podem vir a representar riscos para a saúde das crianças.

O estudo consistiu num inquérito a mais de 300 famílias, e na análise da qualidade do ar interior em 30 casas, onde, ao todo, residiam 60 bebés com menos de um ano de idade. Entre as conclusões, destaca-se a deteção de condições de ventilação deficitárias e o aparente aumento da poluição química do ar associada a produtos como agentes de limpeza ou ambientadores, a par do uso carvão e madeira para aquecimento, da prática de fumar dentro de casa e da existência de condições para a proliferação de humidade e bolor num número relevante de habitações.

Deste estudo resultou a publicação de um Guia de Boas Práticas e Recomendações, tem como objetivo ajudar as famílias a promover a melhor qualidade do ar interior nas suas casas, salvaguardando a saúde das suas crianças. 

Marta Gabriel, responsável pelo projeto no INEGI, explica que "ainda há muita falta de informação acerca dos efeitos nocivos das emissões poluentes, e muitos pais não sabem que certos materiais de construção, produtos limpeza, de higiene pessoal, ou produtos perfumados podem impactar significativamente a qualidade do ar na habitação”. 

A importância de ventilar os espaços, escolher produtos e materiais rotulados com baixa emissão de formaldeído e compostos orgânicos voláteis (VOC), evitar fontes declaradas de poluição, secar roupa no interior da habitação, ou limitar a utilização de humidificadores, são algumas das recomendações. 

Materiais e produtos usados em casa afetam qualidade do ar

Marta Gabriel salienta ainda que "as crianças com menos de 1 ano de idade são particularmente suscetíveis a fatores ambientais”. Razão pela qual a caracterização ambiental foi extensiva.

O estudo incluiu a monitorização de um vasto painel de indicadores, nomeadamente de conforto (temperatura e humidade relativa), condições de ventilação (dióxido de carbono), e níveis de poluição (ozono, dióxido de azoto, formaldeído, acetaldeído e compostos orgânicos voláteis, fungos e bactérias).

O estudo, que foi levado a cabo entre 2018 e 2019, ganha agora mais relevância face à atual pandemia. "Além de tendermos a passar mais tempo confinados em casa, a comunidade científica tem vindo a suportar a hipótese da existência de um efeito potenciador entre a exposição à poluição do ar e a letalidade por COVID-19".

Os resultados do inquérito realizado durante o estudo e as conclusões da análise no terreno foram recentemente divulgados na revista Environmental Research, na edição de março e novembro, respetivamente. O projeto foi realizado no âmbito dos projetos HEBE - Health, Comfort and Energy in the Built Environment, cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte (NORTE2020), através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e HEALS – Health and Environment-wide Associations based on Large Population Surveys, cofinanciado pela Comissão Europeia.

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