INEGI desenvolve ferramentas de análise estrutural para melhor monitorizar aerogeradores
22 junho 2023Durante os últimos 4 anos, especialistas do INEGI em energia eólica, em parceria com o Vibest da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), estudaram as alterações estruturais em aerogeradores de um parque eólico da EDP Renováveis. A partir deste estudo, desenvolveram ferramentas de processamento de dados e análise estrutural para melhor prever danos e tomar decisões mais informadas sobre a otimização e desempenho dos equipamentos.
Entre as principais inovações, destaca-se ser agora possível extrapolar resultados de um subconjunto de aerogeradores instrumentados para os restantes existentes num parque eólico. Como explica Silvina Guimarães, responsável pelo projeto no INEGI, "a monitorização torna-se assim mais eficiente, com menores custos e menores tempos de inatividade associados à instalação de equipamento de monitorização e atividades de inspeção”.
Durante o estudo verificou-se o grau do impacto que ventos de maior velocidade ou de intensidade de turbulência mais significativa têm no tempo de vida útil das pás. Simultaneamente, aferiu-se o impacto que os efeitos de esteira têm, tanto em termos de vida útil como de produção de eletricidade, em parques eólicos.
A monitorização é aspeto crítico da gestão de ativos
Este projeto representa uma importante contribuição no campo da energia eólica, tanto on-shore como off-shore, permitindo otimizar a gestão da operação de aerogeradores.
Um dos maiores desafios do setor da energia eólica em Portugal e no mundo prende-se com o aproximar do fim da vida útil dos ativos eólicos nos próximos anos. Os decisores podem decidir prolongar o tempo de vida, proceder ao descomissionamento ou realizar operações de aumentos de potência e continuar a explorar o ativo, quantificando a vida útil remanescente ou procedendo ao refitting. Em qualquer um dos casos, "a gestão operacional desde o início do funcionamento do parque, aliada à manutenção preventiva, são aspetos importantes na gestão de ativos. É essencial conhecer a fundo o estado dos equipamentos para tomar uma decisão” salienta Gil Castro, que também participou no projeto.
A melhor compreensão da integridade da estrutura em tempo real traz também vantagens à indústria offshore, dado que as soluções clássicas para este tipo de aerogeradores não são adequadas à profundidade da costa e a forças dinâmicas significativas que causam fadiga, desgaste e danos nas estruturas do aerogerador.
O projeto «WindFarmSHM - Desenvolvimento, validação e otimização de estratégias de monitorização da condição estrutural de parques eólicos em terra e no mar» foi cofinanciado pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia, ref.ª PTDC/ECI-EST/29558/2017. No projeto participaram também a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e a WavEC.
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